Durante a conferência no ISCSP sobre Marketing de Luxo, por Rubens Freire do ISC, a Professora alertou para a evolução do conceito de Luxo (do original ao luxo acessível do pós guerra) e sobre as suas múltiplas faces, esclarecendo que este pode ser percepcionado e esperado de formas díspares pelo cliente-alvo, devendo por isso ser consideradas as subtis nuances que lhe despertam ou afastam o desejo.
Rubens Freire dissertou sobre as declinações do Luxo:
Luxo: Luxúria – Exuberância – Desregramento – Lascívia
Luxo: Luxação – Desconjuntar – Afastamento do normal
Luxo: Luz – Fulgor – Esplendor
Falou-nos sobre a íntima relação que se estabelece naturalmente entre a percepção de luxo e uma peça de Arte – ie. preço, raridade, procura pelos pares – e a democratização do luxo (o sonho a preços acessíveis) exemplificando com o sector da Alta Costura, que adoptou como solução de sobrevivência, as colecções prêt-a-porter acompanhadas de publicidade pura e dura para criar a necessidade no consumidor.
Salientando que os artistas (criadores de um Luxo) têm normalmente mais coração que cabeça e que necessitam de fazer contabilidade+comunicação, para que a sua Arte se venda e viva, ilustrou esta afirmação lembrando o lamentável caso de Christian Lacroix que, apesar de excelente, se viu obrigado a levar a leilão todo o seu magnífico espólio.
Frizou que cada vez mais os produtos eco, artesanais, naturais, ligados à saúde, alimentação e bem estar, serão percepcionados como de Luxo.