Um artigo publicado ontem no “Diário de Notícias”, assinado pelo produtor e profissional de comunicação José Nuno Martins, suscitou veementes e acaloradas reacções na blogoesfera, designadamente espaços de opinião de jovens profissionais de Comunicação e Relações Públicas, como o Rodrigo Saraiva ou o Rui Calafate.
A atentar na veracidade do relato de JNM, da qual não tenho quaisquer razões para duvidar, o professor Adriano Duarte Rodrigues, eminente e reconhecido catedrático, terá tecido insólitas e ofensivas considerações sobre a profissão de Relações Públicas.
Atribuiremos a verrinosa e incontida verve a uma hora menos feliz do professor, a quem a comunidade académica deve a introdução da Comunicação, como área científica, na universidade pública portuguesa.
Não deverá esta nuvem ser tomada por Juno, pois a comunidade académica é hoje constituída por excelentes estudiosos e defensores desta disciplina e dos seus praticantes.
É pois o momento de relembrar que o Código de Conduta do Gestor de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, a base orientadora proposta pela APCE para o exercício desta actividade profissional, foi elaborado por um grupo, do qual fiz parte, constituído por profissionais de relações públicas e académicos.
O desenvolvimento da profissão, a par da formação, hoje exigida ao longo de toda a vida, depende de bons profissionais e de bons professores, que acreditem na importância e responsabilidade crescente das relações públicas. Felizmente, temos abundância de ambos em Portugal.
A melhor resposta que podemos dar a ameaças à reputação da profissão – e elas vêm de muitos lados, incluindo no próprio sector – é exercê-la com convicção e dignidade, assumindo os valores e deveres especiais da sua prática.
É sobre os princípios enumerados no Código de Conduta que profissionais, estudantes e académicos devem reflectir.
Termino com uma citação de Klaus Schwab, fundador do World Economic Forum, e partilhada pela Professora do ESCS e minha colega no Conselho Consultivo e de Ética da APCE, Mafalda Eiró-Gomes: “Public relations [has] become even more crucial … provided global and other issues are addressed in the framework of all stakeholders.”
[…] Marques Mendes aqui… e ainda pelo Renato Póvoas aqui… e também pela Pela Alda Telles aqui… E em variadíssimos blogues e […]
Cara Alda, permita-me que a trate assim.
A situação é muito desagardável, quanto mais não seja pela importância que o Professor Adriano Duarte Rodrigues, de quem eu ouvi a primeira aula que deu em Portugal depois do seu regresso de Lovaina, teve na introduçaõ da Comunicação como ciência, ainda que não de modo tão nitido, como agora se diz, no ensino superior público ( a área já era ensinada no INP desde a sua fundação, ainda que de modo não
sistemático).
Independentemente do que terá acontecido nas provas de agregação do Nuno Brandão, parece-me, a fazer fé no texto de JNM, que acredito seja ou tente ser objectivo, que as afirmações do Prof ADR são pelo menos infelizes, para mais não dizer.
Estou portanto de acordo com a posição da APCE, parecendo-me que essa posição será mais forte se o Conselho Consultivo e de Ética e a direcçaõ da APCE vierem a tornar
publicas, posições que não me parece devam ser conjuntas, mas coincidentes.
Cumprimentos
José Viegas Soares
Cara Alda,
obrigada pelos teus comentários sempre oportunos….e gostaria de deixar bem claro…a Mitó que me perdoe…que as nossas EScolas formam excepcionais profissionais e académicos de RP . Tal facto pode ser muito bem comprovado pelo facto de jovens licenciados em RP pela ESCS, bem como mestres em Gestão Estrategica das Relações Públicas também pela ESCS, terem ganho concursos internacionais e sido contratados em detrimnento de outros formados nos países em que essas organizações laboram. Orgulho-me de sempre ter pautado os cursos que coordenei e o que agora coordeno pela comunidade internacional….que nos dá hoje uma boa noticia a aproximação clara entre as RP Europeias e as Norte Americanas.
Permito-me sugerir-vos a todos os que ainda o não fizeram a leitura dos Acordos de Estocolmo disponiveis no sitio da Global Alliance.
Até breve.
muito erudito… well done!
Comentei o mesmo assunto ontem aqui (http://porcontaerisco.wordpress.com). E, lendo o último parágrafo que escrevi, fico mais “descansada” com esta defesa pública.
Resta-me apenas agradecer ao grupo que realizou o código de conduta e esperar que o senhor Professor Adriano Duarte Rodrigues tenha a sensatez de repensar aquilo que afirmou e publicamente pedir desculpas a todos os profissionais de comunicação.
[…] This post was mentioned on Twitter by Jorge Oliveira, Mr. Steed, Alda Telles, Mitó/MªAntóniaLisboa, Código Fonte and others. Código Fonte said: RT @AldaTelles: Reputação e Códigos de Conduta (Blogpost) http://bit.ly/cmTiJ0 […]
É grave o que se passou nas provas de agregação do Prof. Nuno Brandão, mas é muito mais grave o silêncio que apenas foi quebrado pelo José Nunes Martins, e mais grave ainda é perceber que alguma comunidade académica ainda não está preparada nem actualizada para poder avaliar e formar os profissionais de relações Públicas em Portugal à semelhança da formação que já se faz lá fora. Temos pena!!
Mas tenho ainda mais orgulho por ter feito parte do grupo de trabalho do Código de Conduta do Gestor de Comunicação Organizacional e Relações Públicas da APCE.
Foi um trabalho árduo, sério e muito interessante. Aproveito a tua dica para relembrar que os elementos do grupo que elaborou o Código de Conduta foram, para além da Maria Antónia Lisboa, da Mafalda Eiró-Gomes e de eu própria, o Álvaro Esteves (nosso mentor), a Filipa Trigo e o José Pedro Castanheira. Longas e laboriosas reuniões, com muita discussão e boa disposição à mistura 🙂